ELEFANTE BRANCO
O QUE É ELEFANTE BRANCO
É algo grande! E Branco. Até aqui bastante óbvio, mas o que nao sabes é que ele tambem é negro, amarelo e púrpura. Pode ter qualquer cor, diferentes formas, sons, aromas e gostos. Para nao falar da maneira como ele engloba tantos e diferentes pontos de vista sobre o mesmo tema. É impossivel catalogá- lo. O elefante branco sou eu, és tu, e ele também. Por isso sente- te livre para aportar o teu graozinho e disfruta!!!
WHITE ELEPHO
White elephant is BIG! And it is white. Until here is very obvious. But what you need to know is that he is also black, yellow, and purple, he can feature every colour, also different shapes, sounds, aromas and tastes. Not to metion his mind: it ensembles so many different points of view on the same issue that it is impossible to label it. We don´t try to label: We just feel it. Enjoy with us.
quinta-feira, 3 de maio de 2012
terça-feira, 1 de maio de 2012
segunda-feira, 30 de abril de 2012
sábado, 28 de abril de 2012
quarta-feira, 25 de abril de 2012
terça-feira, 24 de abril de 2012
segunda-feira, 23 de abril de 2012
domingo, 22 de abril de 2012
sexta-feira, 20 de abril de 2012
quarta-feira, 18 de abril de 2012
sábado, 14 de abril de 2012
quinta-feira, 12 de abril de 2012
segunda-feira, 9 de abril de 2012
quinta-feira, 5 de abril de 2012
quarta-feira, 4 de abril de 2012
terça-feira, 3 de abril de 2012
segunda-feira, 2 de abril de 2012
(Des)acertos
Todas as manhãs acordo por engano, visto que é de noite ainda. Deito-me tarde, acordo cedo, e vou pagando o preço dessa indisciplina constante.
Tacteio as paredes em busca de equilíbrio e dou por mim a céu aberto com uma compostura que me espanta. Às 09h estou no trabalho, funcional e competente, como exige a cartilha.
A tarde costuma ser passada com igual funcionalidade, embora as pálpebras, pesadas, teimem em degladiar-se com uma ferocidade que me comove. Não me intrometo. De vez em quando adio o combate com um café apaziguador.
Nos dias que se seguem volto a enganar-me, e julgo que tem sido assim grande parte da minha existência: um aglumerado de enganos certeiros e continuados.
Não sei quando me aconteceu este cansaço permanente, não físico mas da alma, esta idolência perante tudo menos no empenho com que vou erguendo muros a proteger quem sou.
A certeza de que as amarras que vou desatando em público para tranquilizar os outros mantêm bem atadas as outras, que me vão ancorando a um ser que só parcialmente sou eu.
Ah, o medo de ser inteiro...
Às vezes, contudo, no meio dos enganos de que me vou fazendo, calha acertar, numa qualquer emoção incontida a desatar nós em mim.
Um dia pra rasgar e de repente um elogio recebido a sangue frio, sem a anestesia das introduções simpáticas que me fazem sempre duvidar. Um elogio à queima-roupa, duro, e por isso indubitávelmente verdadeiro e eficaz a embalar o ego.
Uma ponta de fragilidade que descubro inesperadamente em quem amo mas que o não enfraquece aos meus olhos, pelo contrário, torna mais forte o laço que nos une, porque frágeis os dois.
Uma mão pequenina, infantil, pousada no meu ombro descaído, descrente, a ficar quando tudo em mim parece querer fugir.
O sofrimento alheio, testemunhado sem querer, e qualquer coisa a doer em mim, funda. Eu, sempre de poucas lágrimas, dou por mim com os olhos aflitos, rasos de mar.
Dizer amo-te sem pensar, sem planear, sem hesitar, sem doer....
Tacteio as paredes em busca de equilíbrio e dou por mim a céu aberto com uma compostura que me espanta. Às 09h estou no trabalho, funcional e competente, como exige a cartilha.
A tarde costuma ser passada com igual funcionalidade, embora as pálpebras, pesadas, teimem em degladiar-se com uma ferocidade que me comove. Não me intrometo. De vez em quando adio o combate com um café apaziguador.
Nos dias que se seguem volto a enganar-me, e julgo que tem sido assim grande parte da minha existência: um aglumerado de enganos certeiros e continuados.
Não sei quando me aconteceu este cansaço permanente, não físico mas da alma, esta idolência perante tudo menos no empenho com que vou erguendo muros a proteger quem sou.
A certeza de que as amarras que vou desatando em público para tranquilizar os outros mantêm bem atadas as outras, que me vão ancorando a um ser que só parcialmente sou eu.
Ah, o medo de ser inteiro...
Às vezes, contudo, no meio dos enganos de que me vou fazendo, calha acertar, numa qualquer emoção incontida a desatar nós em mim.
Um dia pra rasgar e de repente um elogio recebido a sangue frio, sem a anestesia das introduções simpáticas que me fazem sempre duvidar. Um elogio à queima-roupa, duro, e por isso indubitávelmente verdadeiro e eficaz a embalar o ego.
Uma ponta de fragilidade que descubro inesperadamente em quem amo mas que o não enfraquece aos meus olhos, pelo contrário, torna mais forte o laço que nos une, porque frágeis os dois.
Uma mão pequenina, infantil, pousada no meu ombro descaído, descrente, a ficar quando tudo em mim parece querer fugir.
O sofrimento alheio, testemunhado sem querer, e qualquer coisa a doer em mim, funda. Eu, sempre de poucas lágrimas, dou por mim com os olhos aflitos, rasos de mar.
Dizer amo-te sem pensar, sem planear, sem hesitar, sem doer....
sexta-feira, 30 de março de 2012
quarta-feira, 28 de março de 2012
BLACK RADIO
Black Radio é o nome do ultimo trabalho de Robert Glasper e sua Experiment Band. Hoje faz um mês desde o seu lançamento e as críticas näo podiam ser melhores. Este é " O" album, para todos os amantes da boa música soul. Robert Glasper mistura a mais tradicional classe jazz, com elementos de hip hop, r&b, rap e electrónica( vocoder e tudo!), e para este disco contou com as participaçoes das máximas referencias destes estilos, tais comoBilal, Ledisi, Erykah Badu, Yassin Bey( Mos Def antes da conversao ao Isläo(!), Lalah Hathaway( check!), Lupe Fiasco o Meshell N´dgeocello. O grupo estará em Europa em Abril e Maio para alguns concertos, e infelizmente näo passará por Portugal, mas para quem nao quiser perder, estaräo em Madrid no dia 20 de Abril!
http://robertglasper.com/
terça-feira, 27 de março de 2012
segunda-feira, 26 de março de 2012
Florbela!
"O meu mundo não é como o dos outros, quero demais, exijo demais, há em mim uma sede de infinito, uma angústia constante que eu nem mesmo compreendo, pois estou longe de ser uma pessimista; sou antes uma exaltada, com uma alma intensa, violenta, atormentada, uma alma que se não sente bem onde está, que tem saudades... sei lá de quê!"
Correspondência (1930)
F Espanca
Correspondência (1930)
F Espanca
quarta-feira, 21 de março de 2012
sábado, 17 de março de 2012
quarta-feira, 14 de março de 2012
Sísifo (Miguel Torga)
Recomeça…
Se puderes,
Sem angústia e sem pressa.
E os passos que deres,
Nesse caminho duro
Do futuro,
Dá-os em liberdade.
Enquanto não alcances
Não descanses.
De nenhum fruto queiras só metade.
Se puderes,
Sem angústia e sem pressa.
E os passos que deres,
Nesse caminho duro
Do futuro,
Dá-os em liberdade.
Enquanto não alcances
Não descanses.
De nenhum fruto queiras só metade.
E, nunca saciado,
Vai colhendo
Ilusões sucessivas no pomar
E vendo
Acordado,
O logro da aventura.
És homem, não te esqueças!
Só é tua a loucura
Onde, com lucidez, te reconheças.
Vai colhendo
Ilusões sucessivas no pomar
E vendo
Acordado,
O logro da aventura.
És homem, não te esqueças!
Só é tua a loucura
Onde, com lucidez, te reconheças.
terça-feira, 13 de março de 2012
segunda-feira, 5 de março de 2012
domingo, 4 de março de 2012
JL
<iframe id="NBC Video Widget" width="512" height="347" src="http://www.nbc.com/assets/video/widget/widget.html?vid=1388344" frameborder="0"></iframe>
segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012
domingo, 26 de fevereiro de 2012
Freedom Riders
http://video.pbs.org/video/1925571160/
"I have a dream...", até hoje "i have a dream..."
É possível concretiza-lo..."Sê a mudança que queres ver no mundo."
É simples! "Eu quero tudo para toda gente!"
"I have a dream...", até hoje "i have a dream..."
É possível concretiza-lo..."Sê a mudança que queres ver no mundo."
É simples! "Eu quero tudo para toda gente!"
sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012
quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012
quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012
segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012
Uma vírgula no tempo
São pequeninas as vidas que enchem aquela casa, algures na velha Lisboa. De quando em vez enchem a minha casa também.
Quem vê de fora não imagina a ternura que mora dentro daquelas paredes altas, envelhecidas, quase sombrias.
Após uma subida íngreme de escadarias e pedras, numa rua onde habita essencialmente gente velha e a espaços um ou outro casal jovem, encontramos finalmente o edificio, com uma faixa da Santa Casa da Misericórdia que o identifica.
É um prédio antigo, quase colado à estrada e por isso uma gradezinha de protecção na porta, a denunciar a infância que lá floresce.
São um grupo de crianças (ditas) institucionalizadas, retiradas por razões várias às respectivas famílias, e cuja casa passou a ser o Lar de quem nunca o teve verdadeiramente.
Antes de as conhecer antecipei cenários: rostos tristes, rebeldias extremadas a indiciar carência afectiva e alguma frieza nos gestos.
Encontrei crianças alegres, sorridentes, com a rebeldia natural da infância, mas crianças especialmente afectuosas, sequiosas por dar e receber carinho. Crianças que correm, saltam, pulam, riem, como se lhes habitasse a porção mágica da felicidade.
E uma vontade de as pôr no colo a todo o momento, porque sei que não caberão nele por muito mais tempo. Uma ânsia de as beijar permanentemente, porque sei que não receberão os meus beijos com o mesmo entusiasmo no futuro.
E a esperança de que tudo isso fique quando os anos passarem, quando os ventos mudarem, quando a distância, impiedosa, se intrometer entre nós.
Às vezes descubro-lhes no fundo da retina, discreta, uma tristeza diferente, uma fragilidade que comove, um quê de desamparo que tento de imediato cobrir com um abraço.
E o abraço a transportar-me à minha própria infância e ao que dela ficou, o calor aconchegante de um colo, uma ou outra frase que ainda hoje ecoa, uma melodia partilhada, uma mão firme colada á minha...
E de repente sou criança de novo, olhitos arregalados, joelhos arranhados, o cheiro da terra molhada e as mãos cravadas nela, e o som da voz da minha mãe gritando o meu nome pela janela.
Sei por isso que são as pequenas coisas que ficam, gravadas a ferros no baú das memórias e dos afectos.
Pudesse eu guardar certos momentos e conservá-los intactos dentro de uma garrafa, tapá-la bem, e desenhar com ela uma vírgula no tempo.
domingo, 19 de fevereiro de 2012
sábado, 18 de fevereiro de 2012
sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012
quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012
quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012
terça-feira, 14 de fevereiro de 2012
segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012
domingo, 12 de fevereiro de 2012
sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012
quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012
quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012
Distâncias
Quanto tempo nos levaria a percorrer a imensidão que nos habita?
Quantos estão disponíveis para o frente-a-frente com o mais profundo de si?
Atordoados pelas urgências mundanas vamos engavetando o nosso ‘mundinho’ interior, evitando abrir as gavetas, embora o pó vá espreitando do lado de fora. E se ousamos abri-las, a mão percorre-as hesitante, a temer a profundidade.
As nossas inquietações diárias são quase sempre tão pequeninas, tão banais. Somos engolidos pela pretensa imensidão do mundo real, esse mundo material, concreto e burocrático que nos escraviza.
Receosos, desistimos de ser inteiros e vamos erguendo muros em redor da alma, aceitando resignados a superficialidade que nos sufoca e dimunui.
Por isso, de quando em vez, gosto de ir para longe, qualquer local distante, sem referências, sem bengalas, que me obrigue a abrir as gavetas mais escuras.
Cada partida, cada experiencia nova, cada encontro com o desconhecido vai encurtando a distância de nós para nós, porque nos descobrimos outros, exploramos camadas nossas que não sabíamos existir e no fim, verificamos com surpresa que somos os mesmos ainda, mas maiores, mais completos, mais autênticos.
Mas é preciso romper as barreiras do medo e arriscar o salto, soltando mesmo aquela ponta trémula do pé que insiste em rodopiar no solo, imitando poses de bailarina.
segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012
domingo, 5 de fevereiro de 2012
Cesária Évora - Petit pays - Hocus Pocus remix
http://soundcloud.com/20syl/rotw-07-cesaria-evora-petit
sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012
quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012
Bilal Move On - Acoustic
http://bandcamp.com/EmbeddedPlayer/v=2/track=3160730497/size=venti/bgcol=FFFFFF/linkcol=4285BB
terça-feira, 31 de janeiro de 2012
segunda-feira, 30 de janeiro de 2012
domingo, 29 de janeiro de 2012
sábado, 28 de janeiro de 2012
sexta-feira, 27 de janeiro de 2012
quinta-feira, 26 de janeiro de 2012
quarta-feira, 25 de janeiro de 2012
domingo, 22 de janeiro de 2012
sexta-feira, 20 de janeiro de 2012
quarta-feira, 18 de janeiro de 2012
Gaveta de Subordinado
Hoje é um dia difícil, andar, falar, sorrir, dói. As tarefas mais costumeiras furam os ossos.
Está frio e os pés ardem. Vim de pé num autocarro sobrelotado, com as mãos agarradas a ferros para evitar o tombo e apesar do corpo parecer dançar, sequer consegui pôr os meus phones e perder-me na música.
Chego ao trabalho e o cenário não melhora. A minha chefe chama-me. É tempo de avaliar a minha prestação profissional. Vai tentar ser simpática no princípio a disfarçar o nervosismo, vai olhar-me nos olhos durante alguns segundos como que a medir forças, desisitirá perante os meus implacáveis nos seus.
À falta de falhas profissionais aponta-me aquilo que entende como problemas de personalidade. Mais do mesmo: a minha falta de reverência, quase arrogância (diz ela), os meus silêncios e tudo o mais que não caiba na sua gaveta de subordinado. Tantas conversas como esta e já cansa.
Os mesmos tiques, os mesmos receios, a mesma tentativa de me fatiar de forma a caber na tal gaveta de que não faço parte. O medo dos objectos fora de ordem e das gavetas abertas a inquietá-la.
Ela, como tantos, confunde confiança com arrogância, ser reservado com ser antipático, ser calmo (quase impertubável), com ser desinteressado, ser autosuficiente com ser individualista, ou pior, ter ambições clandestinas de liderança.
A gaveta do subordinado é estreita e nela não cabe qualquer demostração de inteligência em dose superior à exigida na cartilha, sob pena de ofuscar a chefia. Nela também não cabe qualquer dose de individualismo que isso aflige o chefe ainda inquieto com a sua propria condição de líder.
O bom subordinado deve aparecer o suficiente para que se perceba que está lá, certo e cumpridor, mas não em demasia, para que não se perceba quem é realmente, do que gosta, o que pensa e o que deseja. Deve cultivar o regime terrível da superficialidade e da socialização estéril, onde tudo o que se espreme é nada.
Não sei socializar, faltam-me as palavras nas conversas de circunstância, soa a automático o 3º ou 4º “bom dia”, o sorriso repuxado, o “tá calor, tá frio”, o “almoças cá hoje?”, o “tá tudo bem contigo?”, o “pareces constipado”... e por aí fora, num extenso rol de banalidades com que se vai enchendo a gaveta.
Hoje é um dia difícil e estar na vertical às vezes dói.
segunda-feira, 16 de janeiro de 2012
domingo, 15 de janeiro de 2012
quinta-feira, 12 de janeiro de 2012
Vida Grátis
Texto de: Life Cooler
Tudo o que precisa para uma vida com menos custos | ||
www.vidagratis.pt.la | ||
Acaba de ser lançada uma nova plataforma de agregação e divulgação dos diversos projetos atualmente existentes que permitem adotar um estilo de vida com menos custos, baseado em trocas, partilhas, reutilizações e borlas. Do bookcrossing ao couchsurfing, dos bancos do tempo ao freecycle, da cultura grátis às palestras TED – tudo o que você precisa para um estilo de vida mais barato, eficiente e partilhado. | ||
Trocas criativas O novo site www.vidagratis.pt.la, lançado no início de Janeiro, procura reunir e classificar toda a oferta relacionada com o conceito vida grátis. Embora exista cada vez mais informação sobre estas temáticas, é difícil encontrar uma única fonte organizada e sistematizada, o que dá lugar à dispersão e fragmentação. Muitas informações acabam por se perder ou por ficar subaproveitadas. Com o objetivo de fazer essa sistematização que faltava, o projeto Vida Grátis nasceu a partir de contactos entre pessoas ligadas a sites de trocas e partilhas como o Freecycle, uma rede mundial de troca de bens e serviços, o Banco do Tempo e o Troco 1 hora. O lançamento do Vida Grátis (e da Net Solidária) coincidiu com a apresentação do Projeto Believe, um projecto de cariz social protagonizado por Andresa Salgueiro que se propõe viver à troca durante 1 ano, 11 dias, 11 horas e 1 minuto, dispondo apenas de 1111 euros e sobrevivendo através de trocas de serviços. Enfrentar a crise com respostas criativas, sustentáveis e partilhadas é o denominador comum entre todos estes projetos.
|
quarta-feira, 11 de janeiro de 2012
Do velho para o novo
O ano de 2011 passei-o quase sem motivação para ouvir música, pesquisar coisas novas que estivessem a sair, apreciar o que de mais inovador se estava a fazer no infinito espectro sónico que não consegue deixar de se expandir, mas sobretudo no Hip Hop que é o género que mais exerce sobre mim poder de atração. A minha cabeça estava virada para outras coisas que me extraíam toda a energia e atenção. No entanto, nos eventuais rasgos de lucidez em que conseguia me desligar das ocorrências turbulentas, consegui pescar uma coisa ou outra, sendo a que mais me impressionou provavelmente um puto de Yonkers chamado Tyler the Creator. Vou colocar o vídeo dele em baixo, depois dos dois artistas que mencionarei agora: The Roots e Common.
Bwé de alegria ao saber que ambos tinham novos álbuns na calha, pois são artistas que cresci a ouvir, com os quais nunca (por um lapso de tempo talvez com o Common) deixei de me identificar e dos quais espero música da mais alta qualidade senão refrescante e inovadora.
Os The Roots rebentaram a escala e atingiram um patamar ao qual dificilmente elevo alguém, que é um de confiança quase cega, do estilo "posso comprar sem ouvir que não me arrependo", pois ao 11º álbum de originais eles mantêm algo que todo o VERDADEIRO ARTISTA deveria manter: a ousadia de se reinventarem, de explorarem novas sonoridades, sobretudo as que deles menos se esperam sem que, no entanto, já tenham sido exploradas por outros com sucesso. Não vou fazer aqui uma crítica do álbum, vou só meter-vos dois vídeos.
Quanto ao Common, a música continua forte, os instrumentais são do karaliu, ele tem dikas rijas, mas estou agora a ver os 4 ou 5 clips que ele já fez para promover o disco e, sinceramente, a impressão com que fico é que ele não quer aceitar que está a envelhecer, como se de repente, não se pudesse ser fresco e relevante aos 40+, como se tivesse a querer viver tardiamente a sua juventude, tipo aqueles mais-velhos rebarbados que pausam na disco quando já estão perto de se tornarem avós. Foi a sensação com que fiquei, sobretudo depois de me ter apercebido que, de forma algo pueril, foi ele que começou o bife com o Drake, um miúdo petulante que se sente no direito de o ser pela forma como vem sido adulado, mas que um adulto como o Common já tem idade para saber que isso faz parte da atitude dos 20's e deixar o miúdo em paz. Aquele excesso de agressividade nas palavras (que nem sequer no Bitch in yoo usou), a atitude de boxeiro e o videoclip num bairro aparentemente perigoso do Haiti... tudo demasiado juvenil amigo Common, demasiado "adolescência atrasada". Deixo-vos com o clip do Blue Sky que ainda foi a que melhor me caíu.
Agora sim, a novidade do puto revelação. Estranhamente bom:
Bwé de alegria ao saber que ambos tinham novos álbuns na calha, pois são artistas que cresci a ouvir, com os quais nunca (por um lapso de tempo talvez com o Common) deixei de me identificar e dos quais espero música da mais alta qualidade senão refrescante e inovadora.
Os The Roots rebentaram a escala e atingiram um patamar ao qual dificilmente elevo alguém, que é um de confiança quase cega, do estilo "posso comprar sem ouvir que não me arrependo", pois ao 11º álbum de originais eles mantêm algo que todo o VERDADEIRO ARTISTA deveria manter: a ousadia de se reinventarem, de explorarem novas sonoridades, sobretudo as que deles menos se esperam sem que, no entanto, já tenham sido exploradas por outros com sucesso. Não vou fazer aqui uma crítica do álbum, vou só meter-vos dois vídeos.
Quanto ao Common, a música continua forte, os instrumentais são do karaliu, ele tem dikas rijas, mas estou agora a ver os 4 ou 5 clips que ele já fez para promover o disco e, sinceramente, a impressão com que fico é que ele não quer aceitar que está a envelhecer, como se de repente, não se pudesse ser fresco e relevante aos 40+, como se tivesse a querer viver tardiamente a sua juventude, tipo aqueles mais-velhos rebarbados que pausam na disco quando já estão perto de se tornarem avós. Foi a sensação com que fiquei, sobretudo depois de me ter apercebido que, de forma algo pueril, foi ele que começou o bife com o Drake, um miúdo petulante que se sente no direito de o ser pela forma como vem sido adulado, mas que um adulto como o Common já tem idade para saber que isso faz parte da atitude dos 20's e deixar o miúdo em paz. Aquele excesso de agressividade nas palavras (que nem sequer no Bitch in yoo usou), a atitude de boxeiro e o videoclip num bairro aparentemente perigoso do Haiti... tudo demasiado juvenil amigo Common, demasiado "adolescência atrasada". Deixo-vos com o clip do Blue Sky que ainda foi a que melhor me caíu.
Agora sim, a novidade do puto revelação. Estranhamente bom:
segunda-feira, 9 de janeiro de 2012
Sentinela
A abordagem, previsível e sistemática, invalida desde logo a mensagem, antes do anúncio de mais um reino divino porvir.
São normalmente senhoras de meia idade em dupla, de ar humilde e gentil, com as revistas fininhas na mão. A Sentinela deverá ser a mais emblemática. Nela, anuncia-se o reino de Jeová.
Quando as avisto ao longe, não tenho dúvidas de que vou ser contemplada com a abordagem, e uma revolta pequenina a crescer dentro de mim.
Suponho que neste ‘emprego’ como em outros haja formação e nela sejam definidos os públicos- alvo, desde logo gente humilde, com problemas económicos, sociais, familiares.
Como essas características não vêm escritas na testa há que ler nas entrelinhas.
Uma mãe de família de ar cansado, olheiras profundas e uma sacola magra em mãos poderá necessitar de amparo espiritual urgente, talvez um marido violento, um filho que trocou a caneta pela seringa, ou apenas a vida insistindo em esquecê-la.
Uma jovem mulher de ar conservador, passos lentos e olhar triste também pode indiciar a necessidade de mão condutora que lhe aponte o caminho a seguir e lhe dê, quiçá, novo sentido à existência.
No caso de um negro porém, o esforço exigido é menor. Pode ser homem ou mulher, novo ou velho, desde que tenha o ar pacífico que separa os negros aceitávies dos marginais .
Aí não são necessárias as olheiras, a sacola ou o passo lento e olhar triste. A cor da pela garante a necessidade de amparo.
São estes os mensageiros da palavra divina, gente que naturalmente abomina o preconceito, não é racista e até tem amigos negros que, pasme-se, ‘até são boas pessoas'.
Gente que olha para a cor da pele com os preconceitos mais primários, vendo os negros como intelectualmente menos preparados, vivendo inevitavelmente as agruras da miséria e do crime que prolifera nos bairros sociais de onde evidentemente provêm.
Negros que precisam por isso de uma mão condutora, de quem pense por eles e para eles, pois que lhes é reconhecida uma fragilidade social e intelectual inerente à cor da pele que ostentam.
Por isso, sempre que as avisto ao longe uma revolta pequenina cresce em mim e visto uma máscara dura e indiferente. Ainda assim não escapo:
- Menina, tem um minutinho...
domingo, 8 de janeiro de 2012
sábado, 7 de janeiro de 2012
sexta-feira, 6 de janeiro de 2012
vergonhoso
http://www.publico.pt/Sociedade/centros-de-saude-estao-a-cobrar-chamadas-e-emails-para-medicos-de-familia-1527697
quinta-feira, 5 de janeiro de 2012
Ilitha Lelanga Marimba Ensemble - Fading Memories
Uma prima da minha namorada acabada de chegar de Capetown entrou no boter e disse "mete só este CD que ainda não consegui ouvir", mesmo quando eu estava a matar saudades do meu álbum do Masta Ace INC. - Sittin' On Chrome. A capa era fajuta mas o disco reunia critérios que o tornam um imperativo para os meus ouvidos, obrigando-me a interromper voluntariamente a minha sessão "trip down memory lane":
- o ser música africana independente (que significa "nada de apoios corporativos") comprada diretamente da mão do artista, numa das suas performances de rua. Só este critério seria suficiente para parar a minha escuta, pois não fazê-lo acarretaria consequências óbvias como a redução a praticamente zero da probabilidade de voltar algum dia a cruzar-me com este grupo/disco, passando ao lado de uma magnífica oportunidade de enriquecer o colorido da minha palette acústica.
- o facto de o instrumento central ser de percussão africana, sendo uma espécie de "orquestra da marimba", só por si algo extremamente curioso e intrigante.
- a música sul-africana ser de uma riqueza avassaladora apesar de ainda muito pouco explorada (tendo em conta a sua qualidade).
- a excitação no tom de voz da prima da mboa que os tinha visto ao vivo no Waterfront comprando o disco de impulso.
- Capetown ter se tornado a minha cidade preferida no mundo depois de visitá-la a primeira vez o ano passado.
Trouxe o CD para casa para o rippar e voltei a colocar o meu Masta Ace. Há tempo para tudo e nenhum para arrependimentos, sobretudo quando a música é excelente, à excepção de um outro tema que achei menos intensos e que deixaram a desejar (aliás aquele soprano logo na faixa de abertura é um susto!). Ainda assim, para contrariar a tendência daqueles que acabam por ser (na minha ótica) erros de palmatória recorrentes e ingénuos de grupos africanos, quando tentam universalizar a sua sonoridade fazendo versões-pipoca de músicas de fama mundial, aqui, a versão do grandioso Summertime do George Gerswhin (e imortalizado pelas milhentas versões desde Ella Fitzgerald, Louis Armstrong, George Benson e a lista continua) está simplesmente sublime.
Curtam o som único destes 4 manos do Gugulethu e bom ano de 2012 a todos.
01. Seasons Of Change
02. African Sounds
03. Zoleka
04. Zane'mvula
05. Halleluyah
06. Sthandwa
07. Reggae Music
08. Mashaba
09. Zamdela
10. Mayivuye I-Afrika
11. Marimba-Mania
12. Summertime
13. Abasazi
Catem o mambo aqui
- o ser música africana independente (que significa "nada de apoios corporativos") comprada diretamente da mão do artista, numa das suas performances de rua. Só este critério seria suficiente para parar a minha escuta, pois não fazê-lo acarretaria consequências óbvias como a redução a praticamente zero da probabilidade de voltar algum dia a cruzar-me com este grupo/disco, passando ao lado de uma magnífica oportunidade de enriquecer o colorido da minha palette acústica.
- o facto de o instrumento central ser de percussão africana, sendo uma espécie de "orquestra da marimba", só por si algo extremamente curioso e intrigante.
- a música sul-africana ser de uma riqueza avassaladora apesar de ainda muito pouco explorada (tendo em conta a sua qualidade).
- a excitação no tom de voz da prima da mboa que os tinha visto ao vivo no Waterfront comprando o disco de impulso.
- Capetown ter se tornado a minha cidade preferida no mundo depois de visitá-la a primeira vez o ano passado.
Trouxe o CD para casa para o rippar e voltei a colocar o meu Masta Ace. Há tempo para tudo e nenhum para arrependimentos, sobretudo quando a música é excelente, à excepção de um outro tema que achei menos intensos e que deixaram a desejar (aliás aquele soprano logo na faixa de abertura é um susto!). Ainda assim, para contrariar a tendência daqueles que acabam por ser (na minha ótica) erros de palmatória recorrentes e ingénuos de grupos africanos, quando tentam universalizar a sua sonoridade fazendo versões-pipoca de músicas de fama mundial, aqui, a versão do grandioso Summertime do George Gerswhin (e imortalizado pelas milhentas versões desde Ella Fitzgerald, Louis Armstrong, George Benson e a lista continua) está simplesmente sublime.
Curtam o som único destes 4 manos do Gugulethu e bom ano de 2012 a todos.
01. Seasons Of Change
02. African Sounds
03. Zoleka
04. Zane'mvula
05. Halleluyah
06. Sthandwa
07. Reggae Music
08. Mashaba
09. Zamdela
10. Mayivuye I-Afrika
11. Marimba-Mania
12. Summertime
13. Abasazi
Catem o mambo aqui
quarta-feira, 4 de janeiro de 2012
PSD apaga relatório que denunciava ligações dos Serviços Secretos à Maçonaria
http://aeiou.expresso.pt/psd-apaga-de-relatorio-supostas-ligacoes-das-secretas-a-maconaria=f697583
terça-feira, 3 de janeiro de 2012
segunda-feira, 2 de janeiro de 2012
Politiquices
Não sou de esquerda, não sou de direita, nem desse género híbrido a que chamam ‘centrão’.
Não gosto de política, por tudo o que de obscuro a acompanha, mas não vivo no alheamento.
Conheço os partidos, oiço as propostas, tenho um apurado sentido crítico que me impede a indiferença e interesso-me sobretudo pelos homens e mulheres que compõem essa massa cinzenta.
Gosto de saber de que farinha são feitos, sobre que alicerces assenta o seu carácter e quanto de mundo carregam às costas.
[É sobretudo esta equação que me inquieta. O quanto de mundo possuem!]
Entendo que um bom político como qualquer bom profissional, tem de ser antes de tudo um “Bom Homem” .
E um Homem que viva no meio de outros homens, que lhes conheça o cheiro, o toque da pele e as diferentes vozes.
Alguém que nos represente terá de ser por natureza alguém que nos conheça, terá de ser um de nós.
E depois, eleito que é, terá de ter algo mais do que o Homem comum, algo que o distinga e nos faça querer ouvi-lo e segui-lo.
E não basta a retórica e os discursos inflamados, que a palavra quando isenta de acção se dilui e se esvazia.
Esse algo mais provêm normalmente do mundo que carrega às costas, um mundo que se obtém pelas mais variadas formas, pelos livros lidos, pelas viagens feitas, mas sobretudo pelo contacto com as pessoas mais diversas e suas realidades.
E esse contacto de que falo não é o das feiras, o dos banhos de multidão das campanhas ou o das visitas em comitiva a lares de idosos ou de crianças carenciadas.
É um contacto continuado, de uma infância em que se rasgou os joelhos com crianças de todas as proveniências, de uma juventude onde se abraçou causas pelos outros e com os outros, e de uma vida a romper as fronteiras do nosso mundinho particular e a olhar para o lado sem a sombra da soberba ou da condescendência.
Apresentem-me um Homem assim, intelectulmente capaz , com um mundo maior do que o seu às costas e com a força de carácter suficiente para manter-se Homem apesar de Político e tem-me com ele.
Tem-nos com ele, suspeito....
domingo, 1 de janeiro de 2012
Subscrever:
Mensagens (Atom)